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Transtornos e uma vida normal


A "normalidade" da vida tem sido alterada desde muito cedo para as pessoas. As crianças de hoje já chegam em uma realidade alterada externamente, e em uma realidade social e emocional, que já não é a mesma de anos atrás e está cada vez menos repleta de sentimentos verdadeiros. As crianças são quase coagidas a realizarem mil atividades e a corresponderem a necessidades que não tem! E cada vez mais essa correspondência a uma necessidade não existente cria insatisfação pessoal, profissional e emocional, ocasionando o surgimento de diversos transtornos, que vão desde o transtorno do sono aos transtornos mais graves provocados por uma sociedade que não tem responsabilidade com a saúde e os direitos do indivíduo.

Ter um transtorno, é ter de modo geral, algo que te afaste da normalidade. Neste caso, normalidade, é tudo que te manter em um estado de bem-estar, te proporciona a capacidade de discernimento e escolha, e não impede o exercer da própria existência. Muitas vezes esse transtorno vem de fora, ocasionado por uma vida agitada e complicada, pois a nossa coexistência com os problemas é inevitável. Porém, quando estes transtornos se tornam excessivos, e constantes, podem acabar desencadeando outros transtornos, desta vez internos.

Os transtornos de ordem interna podem se manifestar de formas variadas em contextos diferentes e podem se diferenciar por características específicas que os distinguem dos demais comportamentos. Os transtornos podem ser de natureza temporária ou permanente e podem modificar a vida da pessoa para pior, porque se tornam permanentes, com características de sofrimento pertinente, havendo a necessidade de tratamento psicológico, porém não obrigatoriamente com a administração de psicotrópicos.


A forma como vemos o mundo, e as experiências pelas quais passamos, afetam todas as percepções e as significações que damos a nossa existência. As perspectivas são variadas, e algumas costumam a nos desfavorecer pessoalmente em detrimento do esquema frenético de uma sociedade que busca fazer mais do que compreender e viver.

Ter um transtorno é ter uma marca muito forte, causada por um evento traumático. Esse trauma vive, sobrevive e é revivido algumas vezes, deixando a pessoa sem perspectiva de viver um nova realidade diferente daquela condição que a marcou. De um evento pontual, a sua importância pode vir a crescer no universo de experiências do traumatizado, e mesmo se modificar dando forma a novas edições do transtorno. Mesmo no que se refere ao ponto de vista da psicologia sobre a temática deve-se ter cuidados no trato da questão uma vez que podem existir outros pontos de vista, que podem variar sob óticas espirituais e até culturais, destoando um pouco daquilo que temos como referência cientifica. Porém, sempre é necessário que se permaneça em observação em relação a todos os componentes que caracterizam a situação.

A diferença entre ser/estar normal e padecer de algumas alterações de humor é muito tênue. Por isso, devemos ter cuidado na hora de diagnosticar de forma rápida ou emergencial, e quando existam muitos componentes que deturpem a visão do profissional antes de realizar uma avaliação aprofundada.


Escrito por Thalita Ribeiro




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